Toxina Botulínica

O estudo dos movimentos e da íntima relação entre os músculos e suas repercussões na mímica facial tem estimulado a descrição de novas abordagens, classificações e pontos de tratamento. A tendência mundial no uso da toxina botulínica é a obtenção de resultados naturais com a manutenção de algumas rugas de expressão.

A Toxinha Botulínica é uma neurotoxina produzida por uma bactéria anaeróbica- Clostridium botulinum, que em condições apropriadas à sua reprodução (10°C, sem oxigênio e certo nível de acidez), que cresce e produz sete sorotipos diferentes de toxina - conhecidos como A, B, C1, D, E, F e G. Dentre esses, o sorotipo A é o reconhecido cientificamente como o mais potente e o que proporciona maior duração do efeito terapêutico. É utilizado o complexo protéico purificado de origem biológica, classificado pela Anvisa como medicamento biológico.

Mecanismo de Ação:

A toxina botulínica inibe a liberação de neurotransmissores, tais como a acetilcolina, inserindo aos neurônios pré-sinápticos e proteínas responsáveis pela clivagem de encaixe e fusão

das vesículas sinápticas para a membrana pré-sináptica.

A ativação da toxina botulínica se dá através das seguinte etapas:

I. Ligação - a cadeia pesada da TB é responsável por sua ligação altamente especifica a um receptor (aceptor) localizado na membrana pré-sináptica. Essa ligação é rápida e irreversível, estimada in vitro em aproximadamente 32 a 64 minutos.

II. Internalização - através de mecanismo de endocitose, a TB é envolvida pela membrana celular, que forma uma vesícula em volta dela e a transporta para o interior da celula.

III. Redução e translocação da ponte dissulfidica - após a internalização, a ponte dissulfídica é quebrada por um processo ainda desconhecido. A parte terminal da cadeia pesada promove a penetração e translocação da cadeia leve através da membrana celular para o citoplasma da terminação nervosa.

IV. Bloqueio (atividade enzimática - metaloprotease da cadeia leve) - para que a vesícula de acetilcolina se funda à membrana pré-sináptica e seja liberada na junção neuromuscular são necessárias três proteínas de fusão (SNARE proteins).

A fraqueza muscular começa após 24hs da aplicação, clinicamente pode ser observada em 2 a 5 dias, completando o efeito máximo em 2 semanas.

A Toxina Botulínica é indicada para: rugas como “pés de galinha” , rugas peri bucais, rugas do pescoço e colo,linhas na testa, elevação e vincos entre as sobrancelhas,sorriso gengival e região nasal. Além dessas indicações, a Toxina Botulínica também é utilizada para o tratamento do suor excessivo, distúrbio conhecido como Hiperidrose.

A toxina botulínica é também utilizada para tratamento em crianças com problemas musculares. Esta toxina permite, que depois de aplicada na zona em causa (ex: pernas), a criança tenha mais flexibilidade muscular.

Contra-indicações: 
❖ Gravidez
❖ Aleitamento materno
❖ Infecções no local da aplicação
❖ Distúrbios neuromusculares com envolvimento da placa motora ( síndrome miastênica ou síndrome de Eaton Lambert, miastenia grave e paralisia de Bell)
❖ Pacientes sensíveis a TB ou albumina humana
❖ Antibióticos aminoglicosídios
❖ Febre

COMPLICAÇÕES E EFEITOS ADVERSOS:
Até hoje nao tivemos relatos de complicações e efeitos adversos permanentes devido ao uso da TB, pois quando ocorre algum deste tem um efeito transitório. Não foram descritas complicações
graves ou letais. Entre as complicações mais freqüentes temos:

1.Edema, eritema,dor
2.Cefaléia e Náuseas
3.Hematomas e equimoses
4.Assimetria
5.Rugas, edemas e redundância da pele
6.Ptose palpebral

CUIDADOS PÓS APLICAÇÃO:
1)Permanecer na posição vertical nas primeiras 4 horas após a aplicação,
2) Movimentar a área tratada, sorrindo, elevando as sobrancelhas, franzindo a testa, sem massagear a área,
3)Nao praticar esportes e ou atividades físicas pesadas nas próximas 12hs,
4)Nao utilizar anti-inflamatórios na região.

MANUTENÇÃO DOS RESULTADO:
Para manter e otimizar os resultados, é recomendado que tenha um intervalo de 4 a 6 meses entre as sessões, evitando a formação de anticorpos neutralizantes, e consequentemente a ausência de resposta terapêutica.